Fertilização in vitro e transferência intrauterina de embriões
Esse procedimento se divide em 4 etapas:
- estimulação controlada dos ovários;
- punção dos folículos e aspiração dos óvulos;
- fertilização dos óvulos com espermatozoides, pela técnica clássica (FIV clássica) , ou pela injeção nos óvulos (ICSI);
- transferência dos embriões formados para dentro do útero, 3 a 5 dias após a fertilização.
A fertilização in vitro ainda pode ser agregada a outros procedimentos como congelamento (criopreservação) de óvulos e de embriões e analise genética dos embriões.
As indicações para uso desta técnica são, entre outras:
- infertilidade por obstrução (física ou funcional) das tubas (infecções, aderências, endometriose, etc.);
- presença de alterações profundas na morfologia, concentração ou motilidade dos espermatozoides;
- falta de espermatozoides no ejaculado: neste caso, conforme o diagnóstico, eles podem ser cirurgicamente obtidos testículos ou dos epidídimos, e injetados nos óvulos;
- casal em que não houve sucesso em outros processos assistidos de reprodução;
- casal com potencial para produzir embriões com alterações genéticas (porque tem antecedentes familiares ou pessoais). Neste caso, a fertilização in vitro permite que seja feita análise cromossômica do embrião.
- casal em que um dos parceiros tem doença cujo tratamento implique em alteração da produção de gametas (por exemplo, radio ou quimioterapia).
A taxa de sucesso está próxima de 50% por ciclo.
Ovodoação
A doação de óvulos é o procedimento indicado quando a paciente apresenta:
1.. uma insuficiência ovariana muito acentuada, na qual ou os ovários não respondem ao estímulo ou respondem produzindo óvulos cuja qualidade não é suficiente para fertilização;
2 menopausa ou na menopausa precoce;
3 ovários retirados cirurgicamente (por endometriose grave ou tumores, por exemplo); ou
4 malformações genéticas que impedem a formação de embriões geneticamente viáveis.
A metade dos óvulos obtidos será doada para a receptora e, depois de fertilizados, transferidos para ela.
Um caso especial de ovodoação é chamado de ROPA (Reception of Oocyte from Partner). Trata-se de um casal homoafetivo do gênero feminino, no qual uma das parceiras doa os óvulos para que a outra engravide. A fertilização se dá pelo sêmen de banco, previamente escolhido pelo casal.
A taxa de sucesso nesse procedimento é semelhante à da fertilização in vitro.
Útero de substituição (“barriga de aluguel”)
Este procedimento está indicado em:
1…casais nos quais existem problemas uterinos impedientes da gravidez, ou pessoa solteira do gênero feminino, com mesmo problema:
- ausência de útero, por motivos cirúrgicos, em casos de acidentes ou tumores;
- malformações uterinas congênitas (útero infantil) ou adquiridas (aderências na cavidade uterina derivadas de procedimentos como curetagens, por exemplo);
Neste caso, a parceira do gênero feminino realiza ciclo para fertilização in vitro, os óvulos obtidos são fertilizados com os espermatozoides de seu parceiro (ou de banco de sêmen, se solteira) e transferidos para o útero da “doadora de útero“, previamente preparado.
O processo é similar a ovodoação: a paciente com problema uterino é doadora dos óvulos para a portadora de útero, que funciona como receptora e gera o filho para a doadora dos óvulos. Da mesma forma que numa ovodoação, a receptora terá o útero preparado para receber os embriões.
2…casais homoafetivos do gênero masculino.
Neste caso, deverá ser escolhida uma doadora de útero e de óvulos, para gerar o filho do casal. Podem ser duas pessoas do gênero feminino (uma doa os óvulos e outra o útero) ou uma só pessoa, que doará os óvulos e o útero.
No caso de duas pessoas, o processo é semelhante à ROPA, a fertilização podendo ser feita com o sêmen de um dos parceiros ou, se o casal desejar, pode utilizar o sêmen dos dois, dividindo os óvulos. No caso da mesma pessoa doar óvulos e útero, o processo é semelhante à fertilização in vitro.
Em todos os casos, a doadora de útero deve ter ao menos um filho vivo, e deve pertencer à família de um dos membros do casal, em parentesco até o quarto grau (Conselho Federal de Medicina).